14 fevereiro 2006
Poemas de Amor de que nos Lembrámos
Será estranho uma menina de 13 anos, a Sara, gostar de Júlio Dinis?
Nós, professores, não estamos habituados a estes gostos literários, a esta paixão pela Poesia, a esta vontade de escrever por parte de gente tão jovem. É tão agradável e reconfortante que alguém como a Sara apareça no nosso caminho! Faz-nos acreditar que escolhemos a profissão certa. Que é mesmo isto que nós queremos ser: professores.
Hoje, a Sara apareceu com um livro de poemas de Júlio Dinis e quis aprender a postar no blog, escrevendo um dos poemas do autor. Como estivemos a falar de beijinhos, ela escolheu o seguinte poema:
HISTÓRIA DE UNS BEIJOS
Ouvia gabar os beijos,
Dizer deles tanto bem,
Que me nasceram desejos,
De provar alguns também.
Esta fruta não é rara,
Mas nem toda tem valor,
A melhor é muito cara,
E a barata é sem sabor.
Colhi-os dos mais mimosos,
Provei três; mas por meu mal,
Ao principio saborosos,
amargaram-me afinal.
Um colhi eu de uma bela
Que era Rosa, sem ser flor,
Se tinha espinhos como ela,
Dela também tinha a cor.
(...)
Oiço ainda gabar os beijos,
Dizer deles muito bem;
Mas findaram-me os desejos,
Já sei o sabor que têm.
Júlio Dinis
A Sara não transcreveu todo o poema, por ser longo, mas garantimos que o lemos na íntegra.
Acabámos, finalmente, o nosso jornal de parede.
Vá-se lá saber por que obscura razão, também me apeteceu transcrever um poema. Escolhi um dos meus Poetas preferidos e aqui vai:
Tudo quanto sonhei tenho perdido
Antes de o ter.
Um verso ao menos fique do inobtido,
Música de perder.
Pobre criança a quem não deram nada,
Choras? É em vão.
Como tu choro à beira da erma estrada.
Perdi o coração.
A ti talvez, que não te tens dado,
Daria enfim...
A mim... Sei eu que duro e inato fado
Me espera a mim?
Fernando Pessoa
Porque o amor não é só rosas e beijos e alegria. Peço desculpa por este momento mais melancólico.
Sónia Bártolo
Nós, professores, não estamos habituados a estes gostos literários, a esta paixão pela Poesia, a esta vontade de escrever por parte de gente tão jovem. É tão agradável e reconfortante que alguém como a Sara apareça no nosso caminho! Faz-nos acreditar que escolhemos a profissão certa. Que é mesmo isto que nós queremos ser: professores.
Hoje, a Sara apareceu com um livro de poemas de Júlio Dinis e quis aprender a postar no blog, escrevendo um dos poemas do autor. Como estivemos a falar de beijinhos, ela escolheu o seguinte poema:
HISTÓRIA DE UNS BEIJOS
Ouvia gabar os beijos,
Dizer deles tanto bem,
Que me nasceram desejos,
De provar alguns também.
Esta fruta não é rara,
Mas nem toda tem valor,
A melhor é muito cara,
E a barata é sem sabor.
Colhi-os dos mais mimosos,
Provei três; mas por meu mal,
Ao principio saborosos,
amargaram-me afinal.
Um colhi eu de uma bela
Que era Rosa, sem ser flor,
Se tinha espinhos como ela,
Dela também tinha a cor.
(...)
Oiço ainda gabar os beijos,
Dizer deles muito bem;
Mas findaram-me os desejos,
Já sei o sabor que têm.
Júlio Dinis
A Sara não transcreveu todo o poema, por ser longo, mas garantimos que o lemos na íntegra.
Acabámos, finalmente, o nosso jornal de parede.
Vá-se lá saber por que obscura razão, também me apeteceu transcrever um poema. Escolhi um dos meus Poetas preferidos e aqui vai:
Tudo quanto sonhei tenho perdido
Antes de o ter.
Um verso ao menos fique do inobtido,
Música de perder.
Pobre criança a quem não deram nada,
Choras? É em vão.
Como tu choro à beira da erma estrada.
Perdi o coração.
A ti talvez, que não te tens dado,
Daria enfim...
A mim... Sei eu que duro e inato fado
Me espera a mim?
Fernando Pessoa
Porque o amor não é só rosas e beijos e alegria. Peço desculpa por este momento mais melancólico.
Sónia Bártolo
Comments:
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Para mim não é nada estranho que
a Sara com apenas 13 anos o consiga
porque, a inteligência não tem idade. A experiência de vida, o tacto e a sensibilidade é que se vai adquirindo à medida que envelhecemos.Posso talvez imaginar a Sara quando tiver mais idade, já com um curricullum enorme, e a dominar quase por completo as suas ideias e inspirações. O bonito de se ver é a simbiose existente entre esse grupo de jovens do C.M.R. de Alcoitão e as professoras que cumprem a sua função de alma e coração.
a Sara com apenas 13 anos o consiga
porque, a inteligência não tem idade. A experiência de vida, o tacto e a sensibilidade é que se vai adquirindo à medida que envelhecemos.Posso talvez imaginar a Sara quando tiver mais idade, já com um curricullum enorme, e a dominar quase por completo as suas ideias e inspirações. O bonito de se ver é a simbiose existente entre esse grupo de jovens do C.M.R. de Alcoitão e as professoras que cumprem a sua função de alma e coração.
Pois é amiga... mas o AMOR devia ser só rosas( sem espinhos)... ALEGRIAS( sem tristezas) e MUITOS BEIJINHOS ( sem amargos de boca)... Obviamente... que é impossível... Mas não custa nada tentar...
Acho que desta vez já "bloguei" como deve ser...
Mais uma vez... Beijinhos
Clara Cheio
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Acho que desta vez já "bloguei" como deve ser...
Mais uma vez... Beijinhos
Clara Cheio
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